A VERACIDADE DO ÊXTASE DE VICKA DURANTE AS APARIÇÕES EM MEDJUGORIE

Foi veiculado, em uma série de países, o filme britânico “Aparições Milagrosas” na televisão, de autoria do jornalista Arthur C. Clark. Neste filme o autor tenta explicar as manifestações misteriosas que ocorrem durante as aparições em Medjugorie de uma forma natural. Infelizmente, estas explicações, do ponto de vista da física, ótica e medicina são bastante incorretas. Pensemos no caso do êxtase de Vicka em Medjugorie.

O caráter da manifestação segundo o autor do filme: Durante as aparições da Virgem Maria para os quatro visionários em Medjugorie (14.01.1985), o motorista de caminhão Jean Louis fez uma experiência. Com um golpe de karatê atacou os olhos de Vicka com os dedos esticados e Vicka, segundo ele, reagiu a esta atitude durante a aparição piscando e desviando a cabeça. Depois da aparição ela teria dito que naquele momento havia levado um susto, porque ficou com medo que o menino Jesus caísse dos braços da Virgem.

O autor do filme afirma que não se trata de êxtase, mas de uma reação consciente e portanto manifesta desconfiança de que Vicka teria mentido para encobrir esta afirmação.



Objeção: A reação consciente de piscar, em caso de perigo, pode ocorrer quando o olho registra uma mudança de movimento ou mudança do tamanho do objeto de 1’ (de um minuto angular). A uma distância de 20 cm do olho, trata-se de uma mudança de 0,06 mm.

Como os dedos de Jean Louis se moveram em direção ao olho de uma distância de pelo menos 40 cm, o olho pode ter registrado perigo nesta distância durante a mudança de posição de 0,12 mm. Uma declinação tão pequena no movimento dos dedos pode ter ocorrido muito facilmente na hora do movimento do dedo em direção ao olho (gráfico A). Depois os músculos oculares receberam uma ordem do cérebro para o fechamento das pálpebras na velocidade normal do movimento de uma informação nos nervos (a 25m/seg.), e na extensão do nervo entre o cérebro e as pálpebras (aprox. 10 cm por 1/250 seg). Isso é um décimo do tempo entre as sequências do filme de uma video-câmera. Portanto o início do fechamento das pálpebras, se se tratasse de uma reação consciente, deveria ter ocorrido no período entre as figuras nº 0 e nº 1. Mas na realidade o início do fechamento das pálpebras (gráf. B) se deu aproximadamente 2 sequências mais tarde.

Por que ocorreu este atraso? Levemos em conta o gráfico A. Em todos os 4 campos de visão que captam a posição do dedo ao redor das pálpebras fica claro que o dedo não toca nelas, mesmo que no quadro nº 3 a distância da ponta do dedo entre as pápebras seja de aproximadamente 8 mm. Mas é necessário considerar que uma video-câmera capta a imagem a cada 1/25 seg. Mesmo se sobrepormos pontos de diversas distâncias entre o dedo e as pálpebras com uma curva (faremos uma interpolação) descobriremos que a distância mais próxima entre o dedo e o olho é anterior ao quadro nº 3. Na base da interpolação podemos até pensar que a distância é zero, quer dizer, que as pontas dos dedos tocaram nas pálpebras. Portanto o piscar foi causado, de acordo com este pensamento, com o toque direto dos dedos. Mas mesmo que não tivesse havido um toque direto, o piscar do olho pode ser causado até por uma “interferência repentina” dos campos eletromagnéticos na área dos músculos oculares das pálpebras pela ponta do dedo. Porém existem outras razões pelas quais o toque realmente ocorreu.

Pensemos no movimento da cabeça. Com o movimento dos dedos em direção ao olho ocorreu uma declinação da cabeça de mais ou menos 14 mm. Este movimento começou aproximadamente após 1/50 seg. depois do início do fechamento das pálpebras. Esta declinação durou aprox. 4 campos de visão e depois a cabeça voltou para a posição original. Se o movimento da cabeça tivesse começado por causa da sensação de perigo, ela teria começado a se desviar um pouco depois do início do fechamento da pálpebras, mas o atraso, de acordo com a transmissão três vezes mais longa dos nervos, seria apenas de aprox. 1/80 seg., o que é um terço de tempo entre o registro dos campos de visão visinhos. Portanto o movimento da cabeça deveria ter começado na hora do registro da figura nº 1, mas na realidade começou quatro campos de visão mais tarde, o que exclui a possibilidade de ter sido causado pela reação ao perigo.

O desacordo apresentado pode ser explicado. Houve realmente contato (toque) e a cabeça recebeu o impulso através dos dedos, ocorrendo uma declinação de aprox. 14 mm. Tratou-se de um choque flexível, cuja reação demonstra algum atraso. Esta pressuposição fortalece até o fato de que a cabeça de Vicka, porque o choque foi direcionado para o olho esquerdo, movimentou-se levemente para a direita.

Em relação à explicação posterior de Vicka, a informação apresentada no filme também não é verdadeira. Após a aparição os visionários foram embora e os senhores envolvidos no tal teste chamaram Vicka e perguntaram se ela não levou algum susto durante a aparição. Ela respondeu que não. Eles continuaram insistindo para que ela se lembrasse, se durante a aparição não teria ocorrido algo extraordinário. Vicka disse que desta vez a Virgem Maria estava segurando o menino Jesus nos braços. E que passou pela cabeça dela que Jesus poderia cair. Vicka só ficou sabendo do teste depois. Estes senhores, no entanto, começaram a divulgar que a visionária Vicka levou um susto por causa do movimento mencionado e explicou o ocorrido dizendo que teria se assustado com a possibilidade do menino Jesus cair dos braços da Virgem.

Conclusão: Das sequências temporais obtidas da filmagem fica claro que no caso de Vicka, trata-se de uma reação subconsciente, o que também é definitivamente confirmado pela expressão imutável do rosto dela em todos os campos de visão e por fim, até pela declaração de Vicka de não ter registrado este perigo.

A explicação apresentada sobre a reação de Vicka e de outras manifestações no filme mencionado é baseada em idéias ingênuas, sem serem levados em conta conhecimentos científicos básicos da física e biofísica.

RNDr. Eng. Frantisek Mrácek, CSc.



Frantisek Mracek nasceu em 12.04.1934 e formou-se pela Faculdade de Física e Matemática da Universidade de Carolina em Praga, na área de Física Teórica, obtendo o título de RNDr. Em seguida frequentou o Instituto Superior Técnico Tcheco em Praga, especializando-se em Mecânica Exata e Ótica, graduando-se engenheiro mecânico. Conseguiu o título de CSc. após uma pesquisa de anos sobre a transmissăo da imagem ao centro do cérebro. Com a ajuda de experimentos matemáticos, descreveu algumas dependęncias na transformaçăo da imagem na retina do olho, o que facilitou a compreensăo da transmissăo de imagens através do olho humano. Mais de 30 invençőes suas foram reconhecidas e registradas com prioridade mundial. Construiu novos elementos óticos que possibilitaram melhorar a qualidade dos sistemas de filmagem, gravaçăo, iluminaçăo e laser. Ocupou-se da determinaçăo e da livre vontade do ser humano desde a juventude, assim como da influęncia da física na psique humana.

 
 
 
 

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